por Daniel Goleman
Você está com sua lista de afazeres urgentes na cabeça e
alguém chega e quer bater um papo. Isso pode ser uma interrupção irritante – ou
uma chance de mudar de atividade por um momento, realmente se conectar e depois
prosseguir.
O caminho que você escolhe pode ter grandes implicações em
como você lidera. Se você sempre vê a outra pessoa como um estorvo, e nunca faz
uma pausa para se conectar, isso pode ser uma pista de que você está preso num
modo contraproducente. Vamos chamar esse modo de “moralmente obrigado”.
Ou, digamos, que você esteja com o prazo apertado num
projeto e alguém, com quem você depende, faz uma contribuição sofrível. É
desapontador, com certeza. Mas como você reage? Você pensa no que seria preciso
para ajudar tal pessoa a melhorar no futuro? Ou você se concentra no que saiu de
errado e descarta essa pessoa como um fracasso – alguém com quem não pode mais
contar?
Se você sempre adota essa última conduta, concentrando-se
nas falhas da pessoa em vez de no seu potencial, está agindo como um perfeccionista.
Esses casos afloraram num workshop que ministrei com minha
esposa, Tara Bennet-Goleman. Esses exemplos de liderança foram apresentados por
uma coach – ela se denomina “terapeuta organizacional” – que disse: “É
realmente útil ter um nome para esses padrões. Assim você sabe onde concentrar
o coaching.”
Os rótulos de diagnóstico para esses padrões são chamados
de “modos” no livro de Tara, o Mind
Whispering (A Mente que Sussurra). Quando estamos no modo “moralmente
obrigado”, nos concentramos na realização das tarefas e ignoramos as pessoas à
nossa volta. Isso pode ser produtivo no curto prazo, mas se você é um líder e é
rígido demais nisso, não conseguirá orientar, inspirar, ouvir, comunicar,
motivar ou influenciar – em outras palavras, liderar.
No modo “perfeccionista”, você se fixa nas falhas das
pessoas. Líderes perfeccionistas só dão notas ruins – nunca elogiam o bom desempenho. Pesquisas de
estilos de liderança constatam que os perfeccionistas (às vezes chamados de
“marcadores de ritmo”) exercem um impacto negativo no estado emocional e
desempenho de seus subordinados diretos.
A boa notícia: os modos podem mudar. Coaches podem ajudar a
orientar essa mudança, e líderes altamente motivados a melhorar, podem mudar
sozinhos.
Texto adaptado do livro “Liderança – A Inteligência Emocional na Formação do Líder de Sucesso”
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/20130512221732-117825785-connect-with-those-you-lead
Dr. Daniel Goleman é psicólogo, palestrante e autor de vários livros, dentre eles o mundialmente conhecido Inteligência Emocional, publicado em mais de 40 idiomas.
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